O que parecia ser apenas o nome de um novo documentário é, na verdade, um retrato profundo da maior luta enfrentada pelo francês Jeremy Flores, um dos surfistas mais icônicos da Europa. O filme, intitulado Dos au mur (expressão sa que, ao pé da letra quer dizer de costas contra a parede), foi lançado esta semana em Paris e traz à tona um segredo que Flores guardou por anos: em 2021, ele foi diagnosticado com um tumor cerebral. Técnico da equipe sa de surfe para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, Jeremy decidiu abrir o coração. “Senti que era hora de falar. Fiz isso pelos meus filhos e por quem esteja ando por algo parecido. Foi, sem dúvida, a prova mais dura da minha vida.”
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Após se aposentar em 2021, Jeremy era pai de segunda viagem e enfrentava fortes dores de cabeça, cansaço extremo e uma ausência total de motivação. Até que veio o diagnóstico avassalador: um tumor na base do cérebro, considerado inoperável por diversos especialistas. “A notícia me destruiu. Foi o pior momento da minha vida. Não estava preparado para algo assim. É como se o céu desabasse sobre você.”

Mesmo diante do prognóstico sombrio, em 2022 ele decidiu arriscar. Foi operado em Montpellier e, contra todas as expectativas, sobreviveu à cirurgia. Mas a recuperação seria um novo desafio: Jeremy teve que reaprender a falar, ler, escrever e chegou a não reconhecer os próprios filhos.
O apoio da esposa, Hinarani de Longeaux, ex-Miss Taiti, foi fundamental. Assim como o e diário do amigo de longa data Kelly Slater, que ligava com frequência para dar força. Menos de um ano depois, Jeremy recebeu um novo propósito: a Federação sa de Surfe o convidou para liderar a equipe olímpica rumo a Teahupoo, onde ele vive atualmente.
“Pensei: por que não? Vai me ajudar a reativar o cérebro. E surfe é o que eu sou.” Treinou jovens talentos como Vahine Fierro, sua cunhada e campeã do Tahiti Pro 2024, e Kauli Vaast, medalhista olímpico em Teahupoo.
“Ver o Kauli subir ao pódio olímpico… Foi o momento mais forte de toda a minha carreira.”
Atualmente, Jeremy segue à frente da elite do surfe francês mirando Los Angeles 2028 e Brisbane 2032. O tumor não desapareceu, mas é monitorado a cada três meses. “Tenho que ficar de olho, sim. Mas também tenho que continuar em frente”, afirma, com a garra de quem já venceu o impossível.
Jeremy Flores conta com quatro vitórias no CT: Pipe Masters em 2010 e 2017, Billabong Pro Teahupo’o em 2015, e Quiksilver Pro , 2019.
Fonte Around The Waves